Depois que Ezequiel descreveu os rostos dos querubins, ele descreveu carros e rodas, sobre as quais os anjos se moviam. Além de tudo o que já dissemos sobre eles, os querubins constituíam um tipo de carruagem divina, como é descrito no livro de Salmos e 2 Samuel:
• Sl 18: 10: “E montou num querubim, e voou; sim, voou sobre as asas do vento”.
• 2 Sm 22: 11: “E subiu sobre um querubim, e voou; e foi visto sobre as asas do vento”.
Na imagem de Ezequiel esses animais eram atrelados a um carro e se movimentavam com grande rapidez (“os seres viventes ziguezagueavam à semelhança de relâmpagos”). Considerando esses elementos, pode-se concluir que se trata da visão do carro de Deus, símbolo da Sua autoridade espiritual agindo em nosso favor, como o que Eliseu viu no momento que Elias foi arrebatado (“O que vendo Eliseu, clamou: Meu pai, meu pai, carros de Israel e seus cavaleiros! E nunca mais o viu; e, tomando as suas vestes, rasgou-as em duas partes” – 2 Rs 2: 12) ou o que o moço de Eliseu viu quando este orou pedindo ao Senhor que abrisse seus olhos para ver a proteção dos anjos de Deus ao seu redor durante a guerra contra os siros (2 Rs 6: 17: “Orou Eliseu e disse: Senhor, peço-te que lhe abras os olhos para que veja. O Senhor abriu os olhos do moço, e ele viu que o monte estava cheio de cavalos e carros de fogo, em redor de Eliseu”). A expressão “carros de fogo” simboliza, com certeza, a autoridade e o poder de Deus, Sua presença majestosa se manifestando em toda a glória a favor dos Seus filhos. A mensagem que a visão de Ezequiel quis transmitir com os carros (carruagens) foi destinada, sobretudo, aos judeus levados ao exílio, ou seja, a presença de Deus os acompanhava ali. Os judeus acreditavam que o Senhor só estava presente no templo, através da arca da Aliança, porém, o profeta lhes trouxe a revelação de que Deus se movimentava espiritualmente, aonde Seu povo fosse, como foi no passado, no deserto. Ezequiel também diz: “ouvi o estrondo tumultuoso, como o tropel de um exército. Parando eles, abaixavam as asas”, o que vem corroborar a idéia que o Senhor se faz acompanhar de um exército de seres angélicos, como Seus guerreiros e mensageiros.
Uma animação interessante do que Ezequiel poderia ter visto