1 TIMÓTEO – CAP. 1 –
Éfeso foi atingida pelas contracorrentes de muitas religiões e filosofias do Leste e do Oeste. Como a cidade se localizasse na estrada Pan-asiática, os diversos mestres que por ali passavam achavam-na um lugar conveniente de parada. Como resultado, os efésios ficaram expostos a uma miscelânea de cultos extravagantes e de diferentes doutrinas.
Na sua Epístola aos Efésios, Paulo havia prevenido a igreja do perigo de serem “agitados de um lado para outro, e levados ao redor por todo vento de doutrina” (Efésios 4.14).
Foi esta a razão pela qual Paulo deixou Timóteo em Éfeso. Paulo refere-se ao problema dos efésios como “loquacidade frívola”, “fábulas” e “sabedoria falsa”, e menciona genealogias como se os cristãos de Éfeso estivessem interessados em descobrir suas origens.
Através do Judaísmo daquela época, elaboradas interpretações fantasiosas do Antigo Testamento estavam-se espalhando com rapidez. E como os efésios estivessem numa posição que permitia o conhecimento de tudo o que surgia, os cristãos estavam sempre contando novidades e especulando como poderiam encaixar a última novidade em sua teologia eclética. Deste modo, passavam o tempo falando e argumentando, mais do que realmente realizando algo.
1. OS FALSOS MESTRES – 1.3 a 11
a. Falsos mestres ensinam doutrinas diferentes
A palavra usada por Paulo para “diferente” é “heteros” que significa radicalmente diferente, de outro tipo. Isso significa que estavam ensinando algo completamente estranho à Palavra de Deus.
b. Falsos mestres se ocupam com supertições e polêmicas
Falsos mestres gostam de fábulas, mitos, ficções e supertições. Experiências místicas não são a base de nossa fé, mas a pura Palavra de Deus.
c. Falsos mestres gostam de especulações inúteis
Falsos mestres vivem falando de mistérios e coisas aparentemente profundas, mas que nada mais são que especulações da mente humana.
d. Falsos mestres pretensiosamente falam do que não entendem
A pretensão está sempre associada ao orgulho e arrogância. A vaidade de alguns é vista na sua ambição:
· Desejam ser reconhecidos como um pregador, que nada aprendeu com os demais.
· Desejam ser reconhecidos como pessoas criativas.
· Desejam ser reconhecidos como o autor de um novo conceito ou doutrina.
· Querem ser reconhecidos como o fundador de um novo movimento.
e. Falsos mestres se apoiam na justiça própria
Os versos 8 a 11 mostram que os falsos mestres que se infiltraram na Igreja eram mestres judaizantes. Eles rejeitavam o ensino de que a salvação é pela graça e fé somente, antes ensinavam que uma pessoa somente poderia ser salva sendo bom o suficiente para agradar a Deus.
Nada de errado em querer ser bom e agradar a Deus, o problema é quando buscamos justiça própria para sermos aceitos diante de Deus. A lei foi dada para mostrar o quanto somos pecadores e não para nos tornarmos aceitáveis diante de Deus. A lei fora dada para que buscássemos a graça de Deus.
2. O MINISTRO VERDADEIRO – 1. 12 -20
Esta passagem é um forte contraste entre o ministro verdadeiro do evangelho e os falsos mestres. Eles são um testemunho de Paulo que era um verdadeiro ministro.
a. Foi designado ministro pelo Senhor – v.12
Esse é um ponto vital. Paulo não se fez a si mesmo ministro e nem foi feito por outros, mas foi escolhido pelo próprio Senhor.
Paulo diz que ele é fortalecido por essa escolha divina. Na verdade nos dias de luta no trabalho de Deus, o que nos sustenta é sabermos que fomos escolhidos por Deus e fomos designados ministros.
“Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei...” João 15,16
b. Não possui justiça própria – v. 13-15
O verdadeiro ministro confia na graça de Deus. Paulo era blasfemo, insolente e perseguidor da Igreja, não tinha, portanto nenhum mérito para ser escolhido por Deus.
O ministro se gloria na graça do Senhor e jamais nos próprios méritos. Paulo diz mesmo que ele era o principal dos pecadores.
“do qual fui constituído ministro conforme o dom da graça de Deus a mim concedida segundo a força operante do seu poder.” Efésios 3.7
c. Experimentou aquilo que ensina – v.16
Paulo podia pregar a graça de Deus, porque ele mesmo a havia experimentado no nível máximo. Assim ele diz que serve de modelo para todo aquele que deseja conhecer o Senhor. É como se ele dissesse: se Jesus salvou a mim pode salvar a qualquer um.
d. Tributa toda glória a Deus – v.17
“Assim, ao Rei eterno, imortal, invisível, Deus único, honra e glória pelos séculos dos séculos. Amém! “ 1 Timóteo 1.17
e. Luta o bom combate da fé – v.18-20
Por fim Paulo ordena que Timóteo combata o bom combate.
Apesar do inimigo não ser mencionado, Paulo mostra a necessidade de assumirmos uma atitude de batalha espiritual.
Essa batalha por um lado é para guardar a fé e por outro lado para conquistar os homens que estão debaixo da opressão de satanás.
As duas melhores armas de Timóteo eram a fé e a boa consciência (1 Timóteo 1.19).
Aos Efésios (Ef. 6.1-17), Paulo menciona diversas partes da armadura espiritual que todo cristão deve usar. Mas aqui Paulo apresenta apenas duas peças: Fé, que se refere à verdade do evangelho. Se alguém não souber por que está lutando, nunca saberá se já venceu. A outra peça da armadura, boa consciência, refere-se à comunhão com o Espírito. A consciência indica estar-se em bons termos com o seu próprio eu, tendo ao mesmo tempo um relacionamento funcional com Deus.
Fé profunda e boa consciência são vitais para um cristão militante bem-sucedido.